segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A Valorização do homem

A sociedade atual é injusta! Nela, as únicas pessoas que podem ter oportunidades são as fortes. Aqueles que não têm força  muscular são considerados cidadãos de segunda categoria.  São humilhados e inferiorizados. As mulheres, então nem se fala. Elas são consideradas, apenas, vasos reprodutórios. São objetos que pertencem aos homens, assim como seu gado, seus escravos...Isso acontece, porque a riqueza dos reinos é obtida através das batalhas. Só os homens fortes tem condições de segurar lanças e espadas, de vestir as armaduras e de lutar pelos reinos. As pessoas que tentam dizer que outras qualidades, além da força, são importantes, são ridicularizadas e tornam-se ótimas opções para serem queimadas nas fogueiras. Ninguém acha possível mudar essa realidade, por isso, todos devem continuar cultuando a força física...


Ops! Período errado. Essa é a descrição da sociedade na Era Medieval. Vamos tentar, de novo...

A sociedade atual é injusta! Nela, as únicas pessoas que podem ter oportunidades são as intelectuais. Aqueles que não são intelectuais são considerados cidadãos de segunda categoria.  São humilhados e inferiorizados. Isso acontece, porque a riqueza dos grupos econômicos é obtida através de negócios. E, só os intelectuais têm condições de manipular os sistemas da informação, de lidar com os controles burocráticos e de construir estruturas que facilitem o desenvolvimento do capital. As pessoas que tentam dizer que outras qualidades, além da intelectualidade, têm importância, são ridicularizadas e tornam-se ótimas opções para serem achincalhadas, na opinião pública. Ninguém acha possível mudar essa realidade, por isso, todos devem continuar cultuando a intelectualidade...

Duas perguntas
Não foram só os fisicamente fortes que construíram a sociedade antiga, não são só os intelectuais que constroem a sociedade atual. Por que alguns devem ser valorizados e outros denegridos? Valorizar implica em remunerar melhor?

Um sonho para o futuro
A sociedade atual respeita todos os seus cidadãos. Não há homem com igual ou menor valor, para a sociedade. Todos são considerados peças importantes para o desenvolvimento social. Há uma melhor distribuição de renda. Todos vivem dignamente!




Bem cuidado, aí?

Bah! Li no jornal que os flanelinhas estão sendo banidos de Novo Hamburgo. Que legal!  Eu não posso odiar, mas, eu tenho que dizer  que detesto flanelinhas! É um absurdo ter que pagar para estacionar em lugar público. Certa vez, quando morava em Porto Alegre, tive um desentendimento com um flanelinha que atuava na Redenção. Era dia de formatura na UFRGS, e, por isso, o dito cujo, cobrou 15 Reais para que pudéssemos estacionar o carro. O local onde queríamos estacionar ficava perto do prédio onde iria ser realizada a formatura. Mas, eu e o meu marido,  não queríamos ir a formatura, nenhuma. Só queríamos passear na Redenção. O flanelinha foi ríspido e não permitiu que a gente estacionasse na vaga do lugar. Chamei a polícia...A polícia chegou, falou com o flanelinha e foi embora. O flanelinha ficou nos olhando com cara de quem iria aprontar com o nosso carro, se a gente deixasse ele ali. Moral da história: fomos embora furiosos com a situação! Passou um tempo e nós viemos morar em Dois Irmãos, e aqui ( Que maravilha!), não tem flanelinha. Mas, na abertura do Natal dos Anjos, desse ano, tinha um cidadão, que estava prestando serviço em um estacionamento privado e que achou por bem, expandir seu território para a rua 25 de Julho e imediações. Tão  logo, o visitante de outra cidade saiu do carro, o rapaz, com colete de segurança, já foi avisando que o estacionamento custava 5 Reais. Por um momento, a lembrança do trauma sofrido em Porto Alegre, voltou à minha cabeça. Não era possível que a prática da flanelagem  (Flanelismo + chinelagem) estivesse sendo permitida na minha cidade. Entramos no carro - eu e minha família já estávamos indo embora - e logo adiante, passamos por um brigadiano e informamos a situação com a qual havíamos nos deparado.  Não ficamos para ver o resultado. Só sei que, nos outros dias do Natal dos Anjos,  não achamos mais o cidadão que estava agindo como flanelinha. 

domingo, 30 de outubro de 2011

8 motivos pelos quais eu gostaria de saber falar alemão

1. Por que eu moro em uma cidade que foi colonizada por imigrantes alemães;
2. Para não perder partes da piada da Tia Herta e do espetáculo "Nós Somos Mesmo Maravilhosas";
3. Para entender o texto escrito em alemão, no Jornal O Diário;
4. Para compreender o discurso do ex-prefeito Justino Vier, quando falado na língua alemã;
5. Para não ficar "boiando" quando as pessoas falam em alemão, na minha frente;
6. Para entender as letras das músicas natalinas, de Mauro Harff, no Natal dos Anjos;
7. Para entender as congratulações da Deutschkurs, no dia do meu aniversário, sem precisar que eles traduzam a mensagem; e
8. Para poder me comunicar, quando eu viajar para a Alemanha. (Caso eu viaje, é claro).

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Como começou a minha paixão pelos livros

Comecei lendo gibis. Cada vez que minha avó ia no centro receber sua aposentadoria, ela comprava um gibi. Tinha menos de seis anos, nem sabia ler. Alguém tinha que ler para mim. Depois entrei na escola, aprendi a ler. Comecei a ler os livros que tinham na estante de casa e os da escola. Ganhei de uma senhora, para quem a minha mãe trabalhava, uma enciclopédia velha. A enciclopédia foi o meu playstation, da época. Ficava horas e horas folheando as páginas. A enciclopédia trazia informações sobre quase tudo do mundo: inventores, lugares, mitologia, personalidades, religiões....O meu universo se expandiu, com aquela enciclopédia. 

Lembro que a minha família era muito humilde. Mas era humilde valendo. Mesmo assim, eles  nunca deixaram de comprar livros para mim. E comprar livros, naquela época, era um luxo que a gente não podia ter . Os vendedores de livros, que bateram na porta da minha casa, nunca perderam a viagem. Minha avó negociava, parcelava, e acabava comprando os livros. Ela também assinou a revista "Nosso Amiguinho". Revista que eu aconselho para todo pai e mãe assinar, pois tem um conteúdo instrutivo. Coisa que falta nas revistas para crianças, cujas matérias são cheias de propagandas e incentivo ao consumismo. Eu também assino a revista "Nosso Amiguinho" para os meus filhos. E acredito que os meus filhos vão assinar para os seus.

O que fez eu me lembrar disso tudo, foram os livros que encontrei, arrumando o armário. Uma coleção chamada "Poetas e Escritores Românticos do Brasil" da Novo Brasil Editora Brasileira Ltda. Li muitas vezes os livros dessa coleção. Cada poema, cada texto, de uma qualidade impressionante! Mas o que se poderia esperar de uma coleção que tem como conteúdo, os escritos de Castro Alves, Gonçalves Dias, Laurindo Rabelo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Gonçalves de Magalhães, Porto Alegre, Junqueira Freire, Álvares de Azevedo e Machado de Assis? 

Em época de internet, eu temo que as pessoas deixem de procurar os livros. Mas eu diria para elas que continuem procurando os livros, pois eles são uma das melhores coisas que o homem inventou. Podem ser lidos a qualquer hora, em qualquer lugar, não é necessário ligar em nada. E eles podem mudar  uma vida. Basta se achar o livro certo. E eu, estou sempre procurando o livro certo. O livro que vai fazer com que eu seja uma pessoa melhor, mais culta e mais preparada para a vida. Ou, simplesmente, um livro que vai exercitar a minha imaginação, fazendo  com que eu ria, chore, fique com medo, e tantas outras emoções. 

Tem uma frase que eu sempre penso e que me incentiva a comprar livros: "Uma casa sem livros é como um corpo sem alma". Meu Deus! Um corpo sem alma é um corpo morto. Imagine, uma casa sem livros! 

Fico horrorizada quando uma pessoa diz que não gosta de ler. Pode até dizer que não gosta de estudar, eu entendo. Pode ser que não tenha se adaptado à educação que é imposta nas Escolas. Mas não gostar de ler, é o fim. Porque qualquer um pode escolher o tipo de livro que mais gosta. O sucesso na escolha do livro é escolher o que contenha um assunto de que você goste. Se você gosta de futebol, escolha um livro que fale sobre futebol, se gosta de culinária, escolha um que contenha esse assunto, se gosta de filosofia, procure livro desse tipo. Com certeza, a leitura vai ser prazerosa! 

Uma das poesias da coleção Poetas e Escritores Românticos do Brasil:

Amor Perfeito

Secou-se a rosa...era rosa;
Flor tão fraca e melindrosa,
Muito não pode durar.
Exposta a tantos calores,
Embora fosse de amores,
Cedo devia secar.

Porém tu, amor perfeito,
Tu, nascido, tu afeito
Aos incêndios que o amor tem,
Tu que abrasas, Tu que inflamas,
Tu que vegetas nas chamas,
Por que secaste também?!

Ah! Bem sei. De acesas fráguas
As chamas são tuas águas,
O fogo é a água de amor.
Como as rosas se murcharam,
Porque as águas lhes falharam,
Sem fogo murchaste, flor.

É assim, que bem florente
Eras, quando o fogo ardente
De uns olhos que raio são,
Em breve, mas doce prazo,
Te orvalhou naquele vaso
Que, já foi meu coração.

Secaste, porque esse pranto
Que chorei, que choro há tanto,
De todo o fogo apagou.
Triste, sem fogo, sem frágua
Secaste, como sem água,
A triste rosa secou.

Que olhos foram aqueles!
Quando mais eu fiava deles
Meu presente e meu porvir,
Faziam cruéis ensaios
Para matar-me. Eram raios,
Tinham por fim destruir.

Destruíram-me: contudo
Perdôo a pesar agudo,
Perdôo a pungente dor
Que sofri nos seus tormentos,
Pelos felizes momentos
Que me deram nesta flor.

Ai! querido amor perfeito!
Como vivi satisfeito,
Quando te vi florescer!
Aí! não houve criatura
No prazer e na ventura
Que me pudesse exceder

Aí! seca flor, de bom grado,
Se tanto pedisse a fado,
Quisera sacrificar
Liberdade e pensamento,
Sangue, vida, movimento,
Luz, olfato, sons e ar.

Só para ver-te florente, 
Como quando o fogo ardente, 
De uns olhos que raios são,
Em breve, mas doce prazo,
Te orvalhou naquele vaso
Que já foi meu coração.

LAURINDO RABELO

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Post Família: A mesa de Pebolim


Que coisa divertida, a mesa de Pebolim! Nunca me interessei por ela na minha infância e juventude. Mas, eis que me deparo com ela, agora, depois de casada e com filhos. E talvez, por isso, esteja sendo tão divertido. Dá pra jogar em família. Nunca imaginei me divertir tanto com um brinquedo, quanto me divirto com esse. Ficou claro, não? É um brinquedo muito bom para se ter em casa. Pra brincar em família. A minha família é de seis pessoas. Com criaturas com idades que variam de 5 a 38 anos. Sendo assim, dá pra fazer várias combinações: jogar um contra um, dois contra dois ou três contra três. Dá para trocar os parceiros, jogar um contra dois, três contra um, jogar maiores com menores e médios com pequenos e maiores...No início, quando jogávamos três contra três, disputávamos quem iria ficar com o menor (o que tem cinco anos). Sempre queríamos que ele ficasse no time adversário, tadinho! É que ele jogava contra o patrimônio, fazia gol contra. Mas depois de tanto treino, até ele está jogando direitinho. Juro! Esses dias, eu e ele, ganhamos dos de 38 e de 10 anos. Como rimos da cara dos adversários. Eles não sabiam do nosso segredo: todos os dia depois do almoço, eu jogo uma partida com o gurizinho. Uma eu deixo ele ganhar e na outra, ganho. Perco para motivar ele a continuar jogando e se aperfeiçoando e ganho para ensinar a ele que nem sempre ganhamos. No início, quando ele perdia, ele chorava. Então, eu disse que não ia mais jogar com ele, pois ele não sabia agir, quando perdia. Acho que ele entendeu o recado e, agora, brincamos sem nenhum problema. Outro dia jogamos valendo o refrigerante. Se eu e o de 13 perdêssemos, os de 38 e de 16, poderiam tomar refrigerante. Se ganhássemos, nós tomaríamos água. Nos dias de semana (era dia de semana), prefiro que tomemos água ou suco. Refri, só quando a gente sai ou nos finais de semana. Foi uma disputa fabulosa! Jogar valendo alguma coisa, motiva mais os jogadores. Empenhei-me o máximo que pude, só para manter o pessoal longe do refri. E o de 13 também ajudou a causa. Mesmo sendo fã do refri. Acabamos ganhando. A dupla adversária ficou indignada. Tinham ganhado as três últimas partidas e naquela que valia alguma coisa, perderam. É a vida! Aconselho: Mãe, pai, manos, joguem pebolim juntos. É muito, muito divertido.

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Esses dias de chuva, que não passam! A  gente fica dentro de casa, sem ter muito o que fazer com a criançada. Recebemos uma dica de um site que é muito legal e dá pra brincar em família.  É um site em que o gênio adivinha a personalidade em quem estamos pensando. Pode ser o mais velho, o mais bizonho, personalidade histórica, ator... O gênio consegue adivinhar. Mas, de vez em quando, o bichinho se perde e daí, é ponto para nós. O site é:  pt.akinator.com

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Educação

Estão reduzindo a Educação oferecida nas escolas a uma coisa que ela não é. Educação não é saber português e matemática. Educação é preparar o homem para viver em sociedade, educação é formar cidadãos. Educação é exaltar valores como a cooperação, a honestidade, a força de vontade, a bondade, o trabalho, a responsabilidade e o amor pela comunidade. Educação é instrumentalizar o homem para que ele possa vencer os desafios da vida. Mas parece que a situação agora é outra. Educação é preparar para o IDEB. Sim, é isso mesmo. E o que o aluno precisa saber? Português e Matemática. Diante da atual situação, eu daria uns conselhos para os Diretores e professores de Escolas: 

Esqueçam todo o resto: as outras matérias, o ensino de boas maneiras, de respeito à natureza, de sociabilidade, de cidadania e fiquem treinando os alunos para serem ótimos nas matérias que caem na prova. 

Ajudem na transferência daqueles alunos que são problemáticos, pois eles não têm condições de passar e a repetência denigre o índice da sua escola. Se eles não entenderem que não são bem-vindos, digam-lhes que eles não vão ter chances naquele estabelecimento e aconselhem sua ida para outra escola. Só podem ficar os bons. Não se preocupem! Quando vocês mostrarem os maravilhosos índices obtidos pela sua escola, ninguém vai querer saber sobre isso. 

Coloquem na cabeça, que educação está diretamente relacionada com saber português e matemática. Se o seu aluno tem outras competências, explique-lhe que os avaliadores, dessa época, dão maior credibilidade aos que sabem memorizar conteúdos, principalmente os de Português e de Matemática. Mesmo que, em seus discursos humanistas, eles falem o contrário. 

Se a sua escola tiver problemas de falta de professores, falta de merenda, de materiais, de salários baixos, de alunos violentos, de alunos usuários de drogas, de greve, prédio precisando de reforma, de alunos em situação precária, de professores mal qualificados e tantos outros problemas, não se preocupem com isso. O Importante é melhorar o IDEB. Não percam o foco. 

E, por último, esqueçam todo o significado do que é ser um educador. Esqueçam as suas responsabilidades com os seus alunos, com os pais de seus alunos e com a sua comunidade. O foco não é mais o desenvolvimento do aluno, mas sim o desenvolvimento das aptidões que ele precisa para poder passar na prova. Afinal, isso vale a reputação de sua Escola. 

Desculpem a ironia e as idiotices escritas anteriormente, mas é que existem tantos problemas para serem resolvidos na educação brasileira, e eles perdem tempo, primeiramente, com IDEB. Porque não fazem o seguinte: primeiro solucionam os problemas das escolas do Brasil. Problemas como a falta de professores, de alunos em situação precária, de baixos salários, de falta de estrutura... Depois, arrumem um sistema que avalie as Escolas. Mas pelo amor de Deus! Que seja uma coisa mais abrangente. Porque avaliar uma Escola pelo IDEB é, no mínimo, limitado. É como se pudéssemos julgar o valor de um ser humano, pelo seu conhecimento de Português e matemática. Conheço pessoas sem estudo que são trabalhadoras, empreendedoras e bem sucedidas. Dois Irmãos é um celeiro de pessoas que, mesmo tendo pouco estudo, tornaram-se grandes empreendedores e políticos. Ex. Os ex-prefeitos Walter Fleck e Léo Klauck, possuíam apenas, escola primária, e, mesmo assim, foram prefeitos bem conceituados (li no livro do Justino Vier). Assim também pode acontecer com as escolas. Algumas poderão ser eficientes em formar memorizadores de conteúdos, e por isso, obterem um bom IDEB. Mas será que vão conseguir formar um indivíduo consciente de suas potencialidades e atuante socialmente? E o que é mais importante? Um indivíduo com um monte de matérias memorizadas ou um indivíduo bem preparado para lidar com suas competências, um indivíduo pensador? No primeiro caso, são privilegiados os alunos que possuem boa memória. E no segundo caso, todos os alunos. Acredito que a segunda opção seja a educação que se deseje. Uma educação que beneficie todas as pessoas, que não exclua, mas sim que aperfeiçoe e dê esperança para todos os indivíduos. Para aqueles que gostem de memorizar conteúdos, para aqueles que gostem de artes, de esportes, de trabalhos manuais, de informática, ou seja, para todos os tipos de saberes. 

Abaixo, existem alguns links com matérias sobre educação, escolas e professores. Foram poucos minutos de pesquisa na internet. Apenas, uma mostra dos problemas da educação no Brasil. 






terça-feira, 28 de junho de 2011

Sanduíches

Era final de ano, tempo de muitas festinhas de confraternização. Meu filho pediu para eu ajudá-lo a fazer uns sanduíches para ele levar para uma das festas. Fizemos com o maior cuidado e capricho.

Ele voltou bem tristonho, da festa. Dizendo que quase ninguém tinha comido, do prato que ele levou. Eu disse para ele:

- Filho, não importa se as pessoas não quiseram comer o que você ofereceu para elas. O importante é que, o que você ofereceu, foi feito com o maior cuidado e da melhor maneira que podia ser feito. Se sobrou, ficará só para nós.

No outro dia ele tinha outra festinha para ir. Novamente, preparamos sanduíches. Ele contou-me que as pessoas adoraram os sanduíches e, em segundos, devoraram o que havia no prato. Eu lembrei-lhe o que havia dito:

- Devemos oferecer o que temos de melhor para os outros. Se eles irão aceitar ou não, é problema deles.

Às vezes, as pessoas não gostam do que temos a oferecer, elas tem o direto de não gostar, e às vezes, não lhes é conveniente gostar. De qualquer maneira, não devemos deixar de oferecer. Sempre existirá alguém louco por sanduíches. E é para esses que devemos continuar fazendo.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Show do Oswaldo Montenegro

Ontem, fui ver o show do Oswaldo Montenegro na Festa do Sapato, em Campo Bom. Meu Deus, como estava frio! Mas tava frio valendo! O show era ao ar livre e depois de cinco minutos, parada no local, deixei de sentir meus pés. Voltei a sentí-los 3 minutos depois...Sentí-los como se fossem dois blocos de gelo. As mãos começaram a passar pelo mesmo processo: formigamento e congelamento.  Na hora de aplaudir, tinha que ser de vagar, porque as pobres doíam. Mas nada tirou o prazer de assistir a um artista que eu admiro muito. Confesso que senti pena dele, parado ali no palco, em cima de uma plataforma, pegando um vento gélido no rosto. Não deve ter sido fácil! Ele começou cantando sozinho, ele e seu teclado. Depois, chamou ao palco uma musicista que tocou teclado e flauta, maravilhosamente bem: Madalena Salles. Agora eu sei quem é responsável pelos solos de flauta das músicas do Oswaldo Montenegro. Os dois deram um show! Oswaldo se revezando no teclado e no violão e Madalena na flauta e no teclado. Duas pessoas, apenas, fizeram um show de excelente qualidade musical. Quando a gente vê a apresentação de artistas desse porte, a gente entende porque o trabalho deles sobrevive aos interesses da mídia e continua através dos tempos. Eles são muito bons! Dominam seus instrumentos, sabem como entreter o público e é visível o amor que sentem pela música. Fiquei satisfeitíssima, com o show! Fiquei feliz por ter ido.




quinta-feira, 9 de junho de 2011

Nosso Amor adolescente

Foi assim, eu olhei para trás e perguntei o nome dele. Ele respondeu e olhou para o papel em que eu estava escrevendo. Parecia ansioso para que eu colocasse o nome dele ali. Compreendi o seu olhar e por não querer decepcioná-lo, escrevi seu nome. Era um questionário, que a professora havia dado, perguntando quem eram os nossos melhores amigos na sala de aula. Após meu gesto, ele pareceu ficar satisfeito. Na verdade, eu só estava perguntando o seu nome porque eu queria saber sobre uma palavra que estava apagada na minha folha. Queria ver se na folha dele, estava melhor (coisas do tempo do mimeógrafo). Foi ali que começou, pelo menos para mim, nossa grande amizade. Num engano! Mas o que era mentira acabou se tornando a mais pura verdade. Desde aquele dia ele começou a ser um dos meus melhores amigos. Esse fato ocorreu na sexta-série, no ano de 1985. Eu tinha 13 anos e ele 12. Começamos a passear, fazer trabalhos escolares, ir às festas, tudo juntos. Terminamos o 1° Grau Juntos. Escolhemos o mesmo Colégio no 2° Grau, mas ficamos em turmas diferentes. Concluímos o 2° grau. Ele foi para a Faculdade. Eu comecei a trabalhar, fui cursar a Faculdade um ano depois dele. Mas nos víamos, saíamos, ele ia na minha casa, eu ia na casa dele. As pessoas perguntavam se éramos namorados, porque sempre nos viam juntos. Foram 10 anos de uma grande e maravilhosa amizade. De vez em quando ele tocava no assunto de namorarmos. Mas eu dizia:

 - Não vamos estragar a nossa amizade. 

E ficávamos assim. Namorávamos outras pessoas. 

Um dia, ele resolveu ir morar na Capital. Eu dei a maior força. Sabia do grande fascínio que ele sentia por aquela cidade grande. Ele deixou o seu emprego, largou a faculdade e foi embora pra capital. De tempos em tempos voltava e ia me visitar. Sempre com o papo de namorarmos. Após dez anos de insistência, eu resolvi ceder. Eu compreendi que ele seria uma ótima pessoa para construir um relacionamento. Se insistiu 10 anos para namorar comigo, imagine quanto tempo não insistiria no resto (namoro, casamento). Namoramos seis meses e resolvemos morar juntos. Não havia mais necessidade de tempo para nos conhecermos, já sabíamos tudo um do outro. Larguei o meu trabalho, a minha faculdade e fui para capital, morar com ele. 

E então, a partir do dia 12 de junho de 1995, começamos a história do nosso casamento. Trabalhamos, tivemos nossos filhos, nos formamos, trocamos de cidade, e muitas outras coisas. De lá para cá, foram muitas viagens, acampamentos, namoro, alguma brigas, alguns dias de separação... (Tudo o que um casal tem direito) Coisas boas e coisas ruins. Mas o mais importante é que as coisas ruins, que aconteceram no nosso casamento, foram poucas comparadas aos momentos bons. E a alegria, o amor e companheirismo, sempre prevaleceram. Para mim, isso é o que importa! Eu não sou perfeita, ele não é perfeito, mesmo assim, ao nosso ver, estamos construindo uma bela história, juntos. 

Em 2008, resolvemos oficializar nossa união e nos casamos no cartório da cidade. É bom casar por causa da lua de mel. Quando resolvemos morar juntos, passamos 2 dias em Florianópolis, quando oficializamos nossa união, passamos 2 dias em Canela, e qualquer ano desses, a gente casa no religioso, só para poder ter uma terceira lua de mel. A data oficial de casamento é 28.11.2008, mas a data que conta, para o nosso casamento, é a primeira, 12.06.1995. Não abro mão de nenhum dia. . 

No próximo dia 12 de junho, completaremos 16 anos de União. É muito tempo para estar junto de uma pessoa, não é mesmo? Mas se continuar do jeito que está, valerá a pena ir adiante. Somando 10 anos de amizade mais 16 anos de casamento, dá 26 anos. 26 anos em que essa pessoa está na minha vida (Eu tenho 38 anos). Eu sempre digo pra ele: é Karma. Após tantos anos, gostaria de agradecer-lhe por aturar os meus dias insanos, por me aceitar como sou, por sobreviver as minhas TPMs (risos), por me escolher para ser sua companheira e, principalmente, por ter embarcado nessa aventura louca de ter 4 filhos. Não é todo mundo que quer essa responsabilidade. Ter uma família grande sempre foi o meu maior sonho e ele tornou isso possível. Para sempre lhe serei grata.

16 anos de casados: Bodas de Safira. Nosso amor ainda é adolescente, ainda temos muito o que viver, muito o que aprender. E como dizia o poeta Vinicius de Moraes “Que seja infinito enquanto dure”. É isso aí, mas com o desejo de que dure para sempre. E se não durar, o que eu tenho a dizer é que, só por termos chegado até aqui, já valeu a pena! 

quinta-feira, 26 de maio de 2011

10 Coisas que não gosto em Dois Irmãos


1. Os acidentes de trânsito;
2. Não temos um mirante;
3. Não temos um Pórtico;
4. O pessoal está deixando de falar alemão;
5. A Cascata São Miguel deveria ser melhor valorizada;
6. Chamarem de estrangeiros aqueles que vêm de fora e  ajudam a construir a riqueza da cidade;
7. Os assaltos, embora poucos, incomodam, e as pichações são uma afronta ao capricho dos moradores da cidade;
8. Não ter um clube Festivo que abrigue as pessoas que não podem e não querem beber (álcool);
9. Menores bebendo e se drogando. 
10. Falta de divulgação do nosso Café Colonial e gastronomia. (Uma das melhores coisas da cidade é a gastronomia, aqui se come muito bem!)

Duas coisas:
1° A cidade de Dois Irmãos é uma cidade muito boa para se morar. Os problemas que existem aqui, existem em menor proporção do que nas outras cidades, porém, não deixam de existir.
2° Essas opções que citei, dizem respeito ao meu mundo e à minha concepção de cidade. Não são críticas, mas são coisas que eu gostaria que fossem diferentes. Portanto, ninguém precisa se sentir ofendido.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

3 motivos para visitar o Museu Iberê Camargo

Por favor, vá visitar a Fundação Iberê Camargo! É um lugar lindo! Um lugar de cultura, um lugar da Arte, um espaço único, da cidade de Porto Alegre. Eu elenco três motivos para alguém ir visitar o Museu:

Vista externa do Museu ( também abrigando o trabalho de Regina Silveira). 


1° - O Lugar tem uma arquitetura maravilhosa;
2° - Nele você sempre vai encontrar exposições magníficas; e
3° - O Museu foi construído em um lugar maravilhoso, onde a natureza e o urbano, se complementam.

O local parece um playground para os amantes das artes, você entra em um espaço amplo, vai subindo pelo caracol, passando pelas salas onde se encontram as obras de grandes artístas, e de bônus ainda vai poder ver, pelas janelas, uma linda parte da cidade de Porto Alegre, com direito ao Rio Guaíba e tudo.

E ainda tem, uma lojinha que vende livros e algumas pequenas obras de arte de artistas consagrados. Fiquei tão contente de encontrar, na loja do museu, trabalhos da Anelise Brendow e livros que mostram o trabalho da Cláudia Sperb. Em pensar que essas artístas tem seus ateliês bem pertinho de nós. (Caminho das Artes-Morro Reuter)


Loja do Museu 

Trabalhos da Artísta Anelise Bredow

Livros sobre o trabalho de Cláudia Sperb.
Fui lá, pela última vez, no início de maio. O dia estava lindo! Conselho de amiga: procure ir ao Museu, em dia de sol. Vá em dia de chuva também, mas se você for em dia de sol, vai poder ver a beleza dos raios solares refletidos no Guaíba. E se estiver por lá, perto das 18h, ainda vai poder ver o pôr-do-sol. Imperdível !(válido somente para a turma dos amantes da natureza).

Que tal?
Um lugar para todos: estudantes, amantes das Artes, fãs de Iberê ...

No dia em que eu fui, vi a exposição da Regina Silveira e os desenhos de Iberê Camargo. Ambas as exposições sensacionais!

Regina Silveira
Desenhos que sobem em todos os espaços e coisas.

Parece tudo sombra, mas o livro e de verdade.

Aqui, de verdade, só uma parte do ferrinho que, supostamente, estaria prendendo  a tesoura. Deu para entender?
Melhor é ir olhar de perto.

Iberê Camargo
Caderno onde Iberê fazia seus desenhos

Mais desenhos

Desenho da Mãe do Artísta.

Uma história que ouvi sobre Iberê Camargo: Um homem queria comprar um quadro de Iberê Camargo. O Artista quis saber o porquê. O homem falou que achava o quadro bonito. Iberê ficou inconformado. Ele não desejava que seu quadro expressasse esse tipo de conceito. Quando o homem voltou para comprar o quadro, o artísta o tinha modificado totalmente. Ele não queria saber de conceitos que pudessem ser usados para menosprezar as coisas e as pessoas.


Quadro de Iberê Camargo.

10 Coisas que eu mais gosto em Dois Irmãos.


Dois Irmãos - RS

1. Caminhar no centro da cidade;
2. Assistir aos shows, na Antiga Igreja  Matriz;
3. Visitar o Museu Histórico;
4. Ver os Espetáculos da Cia Curto Arte;
5. Ver os terrenos com plantações;
6. Ver os Eventos, passear e olhar os produtos dos Artesãos, na Praça do Imigrante;
7. Ir no Parque Romeo Benício Wolf;
8. Ver as pessoas da Terceira idade dando um show de alegria e vitalidade;
9. Olhar os morros que rodeiam a cidade; e
10. A maravilhosa gastronomia da cidade.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Tempo Caótico

Na última sexta-feira, choveu horrores, na minha cidade. Bem nesse dia, recebi a visita dos meus sogros. Eles ficaram apavorados, e eu também, com um raio que caiu bem perto da minha casa. Eu estava conversando com eles e de repente, olho pela janela e vejo um clarão e um estrondo. As janelas chegaram a tremer. A coisa foi séria! Após a queda do raio, algumas lâmpadas queimaram. Na hora só pude verificar isso, mas, mais tarde, percebi que o estrago tinha sido bem maior. Queimou o meu DVD player, lâmpadas, aparelho da internet, telefone, máquina que abre o portão eletrônico e o cabo do meu laptop. No outro dia, falando com os vizinhos, descobri que eles também tiveram algumas baixas nos seus eletro-eletrônicos. Não soube de nada muito grave, aqui perto, mas infelizmente, em alguns lugares da cidade, as pessoas não tiveram a mesma sorte. Algumas pessoas perderam seus móveis e tiveram suas casas invadidas e destruídas pelas águas. Essas precisam e, com certeza, vão poder contar com a solidariedade do povo de Dois Irmãos. Tomara que as chuvas parem de causar tanta destruição nas cidades! Agora, cada vez que chove, a gente já começa a se preocupar....

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Exposição Mulheres, Artistas e Brasileiras



Uma das maiores satisfações que eu tive na viagem que fiz à Brasília, foi poder ir na exposição Mulheres, Artistas e Brasileiras. A exposição conta com 76 obras de 49 artistas e abrange a produção artística do início do século XX até os primeiros anos do século XXI. Ela exibe uma diversidade caleidoscópica de técnicas: pintura, escultura, objeto, desenho, gravura, fotografia, costura e tapeçaria. Segundo Ana de Hollanda, Ministra da Cultura, a mostra expressa a trajetória histórica, a pluralidade cultural e a veia criativa das mulheres brasileiras, com sua participação decisiva nos momentos de questionamento, transformação e ruptura que impulsionam o desenvolvimento das artes, chamando a sociedade para o caminho da superação de barreiras e desafios sociais. Destaco, abaixo, dois trabalhos da mostra que me impressionaram, bastante: 

* O primeiro trabalho, é o da artista Martha Niklaus, a obra se chama "Bandeira de Farrapos", feita com tecido costurado, em 1993.   Este trabalho foi feito com roupas de mendigos, das ruas do Rio de Janeiro. A artista dava uma roupa nova para a pessoa, em troca da sua roupa velha.  A peça foi criada durante a Campanha Contra a Fome, idealizada por Hebert de Sousa (Betinho), para lembrar que os mendigos também fazem parte do Brasil.


* O segundo trabalho é o da artista Tarsila do Amaral, com a obra "O Abaporu", que significa homem que come gente. O quadro foi pintado em óleo sobre tela, em 1928.Seu valor chegou a casa de US$1,5 milhão, sendo considerado, por isso, o quadro brasileiro mais valorizado no mundo. Uma das versões para este quadro é: A artista pintou o ser com pernas e mãos grandes e cabeça pequena, pois nessa época, o trabalho considerado mais necessário, era o braçal e não o intelectual.

A exposição vai até o dia 05 de maio, no Palácio do Planalto. Funciona diariamente, inclusive feriados, das 10h às 16h.

Fonte: Informativo da Exposição.

Voar

Dentre todas as habilidades que os outros animais têm, a capacidade de voar, talvez seja, a  mais invejada pelo homem. O desejo de conquistar o espaço aéreo, de voar como os pássaros sempre foi fonte de interesse dos seres humanos. Como eles não conseguiram  mutar e criar asas, o jeito foi criar equipamentos que os  sustentassem no ar. Surgiram, então, os dirigíveis, os aviões, balões, helicópteros...

          O ser  que voa, pode ir mais longe e de uma maneira mais fácil. Isso não é admirável? Pelo menos para mim, é. Sempre fui fã das pessoas que desafiam a limitação terrestre  e se colocam a voar. Por isso, sempre que posso, vou a lugares onde há a prática do vôo livre e fico observando a coragem dos aventureiros. Eu fico olhando, e me imagino no lugar daqueles malucos. Desculpe o “malucos”, mas é preciso uma certa dose de maluquice para se ter coragem de voar como eles voam: Com seus equipamentos, seus corpos, o vento e nada mais. Já voar em um avião, parece menos arriscado. Ele possui alguns itens que dão uma sensação maior de segurança como um motor, o radar, as poltronas, etc. Sem falar que ficamos totalmente dentro dele, o que não é o caso, nos voos livres.

          Quando morava em Porto Alegre, um dos lugares onde, eu e meu marido, íamos, nos finais de semana, era no Aeroporto Salgado Filho. Ficávamos lá conversando e vendo os aviões pousando e decolando. Nós e mais um monte de gente. Todos fascinados com aquela máquina pesada que conseguia ficar no ar. O meu marido já tinha voado de avião mas eu ainda não. Eu dizia para ele: - Quando será que eu vou voar em um desses? E ele me dizia: - Vai chegar a tua hora.

          No último final de semana, a dita hora chegou. Pela primeira vez, eu voei de avião e pude sentir o que é estar sobre e não sob as nuvens.  Graças a Deus, o voo foi tranquilo, tempo bom, pouca turbulência. O destino da viagem não podia ser melhor: Brasília, o coração do Brasil. Uma cidade importante e com uma arquitetura fabulosa. Para uma fotógrafa amadora, como eu, um prato cheio.

          Confesso que, na semana anterior ao voo, fiquei um pouco ansiosa. Algumas cenas de acidentes de avião me passaram pela cabeça. Ninguém está livre de uma tragédia! Então,  pensei:- Não, não teria tanto azar, assim, logo na minha  primeira viagem! Mas por via das dúvidas, coloquei fim em algumas pendências, atualizei o meu blog pessoal e outras coisas mais.

          Deu tudo certo, afinal. Viagem de ida e de volta, tranquilas e a experiência de voar de avião aprovadíssima. E como a experiência foi boa, não vejo a hora de voar, de novo.

Porto Alegre
         

quinta-feira, 31 de março de 2011

Trilhando os caminhos de Morro Reuter


No sábado, eu, o meu marido e o meu filho fomos a uma caminhada, em Morro Reuter. A caminhada estava prestes a ser cancelada, devido a previsão de chuva, mas o tempo pareceu dar uma melhorada (só para nos enganar) e ela foi confirmada. Quando começamos a caminhar, lá pelas 8h30min da manhã, estava tudo muito bom. O dia estava nublado e quem costuma caminhar sabe que é melhor um dia assim, do que dia quente e ensolarado, para caminhar. O percurso inicial da caminhada foi tranquilo, com poucas subidas, teve mais descidas. Nós caminhávamos rapidamente e apreciávamos as belezas naturais da região. Passados alguns quilômetros, começou a chuviscar. Um chuvisco fino, até agradável e refrescante. Até aí, tudo fácil, tudo beleza! Chegamos no meio do trajeto (a caminhada era de 12 Km), o tempo começou a assustar e nós pressentimos que viria chuva grossa pela frente. Saímos de Morro Reuter, demos uma passada no Vale Direito, na cidade de Dois Irmãos, e aí, desabou o mundo! A chuva começou a cair com toda força possível. Caminhamos mais alguns quilômetros. Voltamos para Morro Reuter. As coisas foram ficando mais difíceis. Imagine caminhar com roupa e tênis molhados. O peso desses apetrechos aumenta consideravelmente. Mas mesmo assim, ainda estava tudo sob controle. Lembra que eu falei que a gente, basicamente, só estava descendo? Pois é, passados mais da metade do percurso, começamos a subir morro, sem parar. Aí, apareceu um vento e a dificuldade foi aumentando. Eu já estava me arrastando, quando passou por mim duas senhoras idosas. Eu olhei para o meu marido, ele olhou para mim e nós comentamos: - Esses idosos, aqui da região, estão melhores do que a gente. Eu vejo isso, também, quando presencio uma apresentação dos Clubes de Idosos da minha cidade. Os idosos dançam, cantam, dão um show de vitalidade. Eu vou ter que malhar muito para poder entrar na terceira idade no nível deles. Mas voltando ao assunto da  caminhada, continuei seguindo o trajeto. Naquele momento, com passos mais lentos, com chuva na cabeça e vento na cara. E então, eu tive aquele pensamento recorrente que eu penso nos momentos de maior dificuldade, nas caminhadas em que eu participo: O que é que eu estou fazendo aqui? Poderia estar no conforto da minha casa, no meu sofá, mexendo no meu computador, mas não, estou aqui me esfalfando nessa caminhada. E continuei caminhando, olhando a paisagem, a chuva...Quando vi, passou outro idoso por mim (Sem comentários!). Mas ainda bem que já estava no final do percurso. Missão cumprida! Fomos levados até o local onde seria servido o almoço. Na entrada, nos recepcionando, estava uma bandinha que tocava musica alemã. Todos foram entrando no local, servindo o almoço e se sentando para almoçar. Todos, menos dois casais de idosos que primeiramente, ainda foram dançar (Sem comentários, de novo). Essa foi nossa primeira caminhada com chuva e vai ficar na nossa história. E mesmo com chuva, foi uma caminhada bem legal!
Parada para tirar uma foto. Neste momento, chovia muito.
Estamos em uma parada de ônibus.
Dá uma olhada nesse casal que está dançando.

E estes, não são um exemplo?
A máquina fotográfica ficou úmida e começou a tirar  foto esbranquiçada.

Complementares

O filósofo Sócrates é considerado um dos maiores filósofos do ocidente. Ele nasceu por volta de 470 a.C, em Atenas e faleceu, por volta de 399 a.C, na sua cidade natal. Sua fama e seu modo de filosofar são respeitados até hoje, no meio intelectual. Uma coisa que chama a atenção sobre a vida desse homem é que ele não escreveu nenhuma palavra sobre sua filosofia. Tudo o que se sabe sobre Sócrates deve ser creditado a literatura de Platão e Xenofonte, que em suas obras puderam demonstrar o modo de filosofar do pensador. Sócrates abordava uma pessoa ou um grupo de pessoas e lhes questionava sobre algum assunto, depois questionava a respostas recebidas até um ponto em que eles ficassem confusos, e acabassem se contradizendo. Por meio desse método, descobriu que tanto ele como as pessoas com quem falava eram basicamente ignorantes. O que diferenciava Sócrates das outras pessoas é que ele reconhecia sua ignorância. Mesmo assim, ele continuava a promover discussões sobre assuntos como virtude, justiça e outros conceitos É possível que o filosofo pensasse que existia algo intrinsecamente valioso no ato de se envolver em discussões críticas. Isso faz parecer que o foco do seu método era "o pensar sobre o assunto" e não as respostas. O filósofo pagou um alto preço por seu modo de filosofar. Ele foi condenado a morte pelas autoridades Atenienses, que se cansaram do seu questionamento sem fim. Acusam-no de "corromper a juventude" e "não acreditar nos deuses da cidade". Sócrates pediu para que sua família e seus amigos não implorassem por sua vida e bebeu cicuta, o veneno que o mataria. (Fonte: Pequeno Livro das Grande Idéias. Filosofia, do Dr Jeremy Stangroom).

Mas tem um motivo para eu ter escrito sobre a vida de Sócrates, algo que eu quero ressaltar: esse grande filósofo não escreveu nenhuma palavra sobre sua filosofia. Será que ele não sabia escrever? Será que ele não gostava de escrever? Isso não importa! O que importa é que, mesmo sem escrever, ele influênciou sua sociedade e entrou para o rol dos grandes pensadores da humanidade. Quem divulgou o trabalho de Sócrates foi Platão e Xenofonte, pessoas que conviveram com o filósofo, que se beneficiaram com seus ensinamentos, e que acreditaram que esses ensinamentos deveriam ser passados adiante, através do seus escritos. Houve, aí, uma complementariedade entre esses homens e ambos se beneficiaram. 

Tanto nas Sociedades antigas, como na atualidade, ainda é assim que acontece. Não existe o super-homem, aquele que sabe tudo, aquele que faz tudo. Existem homens que são complementares. Uns sabem escrever, outros sabem consertar coisas, outros sabem cuidar de doentes, outros sabem entreter, uns constroem coisas materiais, outros cuidam das coisas espirituais... Os homens nascem com habilidades diferentes e quem ganha com isso é a Sociedade. Vou dar um exemplo: Já pensou se só existissem escritores? Todos seriam bons em colocar suas idéias no papel. Mas quem faria o pão para as pessoas comerem? Quem construiria as casas, para as pessoas morarem? Quem iria cuidar da saúde das pessoas, quando estas estivessem doentes? Que bom que existem os escritores, mas que bom que existem os lixeiros, os agricultores, os médicos, os juízes, os policiais, as donas de casa, os filósofos, os sociólogos...Todas as funções são importantes! E o mínimo que devemos ter, em relação às habilidades dos outros, é respeito. Ninguém é superior ou inferior a ninguém. Que possamos sempre ter em mente, que somos complementares.

Frases famosas de Sócrates:

" Uma vida não examinada não merece ser vivida".

"Conhece-te a ti mesmo".

"Só sei que nada Sei".


quarta-feira, 30 de março de 2011

Inclusão Educacional

Li no Zero Hora, de domingo (27 de março), uma matéria que me chamou atenção. A matéria se referia a uma estudante da Faculdade São Judas Tadeu, chamada Bruna Trindade Antunes. O texto é de Nilson Mariano e abaixo, eu reproduzo alguns trechos da reportagem:

       Em 1990, aos sete anos, Bruna Trindade Antunes foi dispensada da primeira escola em que se matriculou, na rede particular. Encaminhada para exame médico e psicológico em uma universidade, atestaram que o seu "quociente intelectual não vai além de 67, o que configura um característico quadro de debilidade mental". Previram que demoraria para se alfabetizar. Ela aprendeu a ler e escrever na primeira série. Depois, avisaram que não iria longe nos estudos. Pois deverá se formar no curso de Pedagogia, em agosto, na Faculdades Integradas São Judas Tadeu, de Porto Alegre.

      O Laudo não abateu Bruna e seus familiares. Levada a uma escola pública, foi acolhida pela professora Maria Júlia Canibal, que não se conformou com as conclusões sobre a deficiência. Notava que a aluna apresentava dificuldades motoras, principalmente ao se locomover, mas demonstrava uma vontade ferrenha de aprender. Segundo Maria Júlia "Toda criança é capaz de aprender, desde de que se ofereça a ela um ambiente adequado e amplas oportunidades de aprendizagens".

    Aos 27 anos, Bruna está nos preparativos para se formar. Já encaminhou o trabalho de conclusão do curso de Pedagogia. O título do trabalho deverá ser: A relação família e escola no processo de inclusão educacional do aluno com deficiência física. O trabalho é baseado na sua experiência.

      O pai da formanda, o comissário de Polícia Civil aposentado José Carlos Antunes, recordou que a família sofreu com os preconceitos. Disse que foi penoso ouvir que a filha tinha retardo mental e não acompanhava os demais alunos.
                                             (Inclusão Educacional, Zero Hora, 27.03.2011, texto de Nilson Mariano)

Essa história de superação, de apoio familiar, de luta contra os preconceitos, me emociona! Sempre que sei de algum caso em que uma pessoa foi desacreditada, mas mesmo assim, não se deixou abater, se superou e foi mais longe, eu realmente fico muito feliz. Neste caso, o apoio da professora da Escola e da família foram fundamentais para que a Bruna continuasse progredindo. Vejam, então, a importância destes dois pilares sociais, na Educação de ser humano! Se a escola for boa, se ela estiver, realmente, interessada no desenvolvimento do ser humano, ela vai, consequentemente, fazer um bom trabalho e vai se capacitar para atender a qualquer aluno e ajudá-lo a progredir.  Se os pais estiverem atentos e atuantes na educação de seus filhos eles estarão sempre prontos para ajudá-los a  lidar com as dificuldades, tanto na escola quanto na sociedade. Sociedade, essa, que nem sempre é justa, e que muitas vezes, não sabe lidar com a grande diversidade de  inteligências que existem e que em vez de incluir, exclui. 


Eugênio e Sócrates

              Eu me chamo Sócrates, tenho dezesseis anos e, atualmente, moro no Bairro Assunção, na cidade de Brasilópolis. Meu melhor amigo é o Eugênio. Nós gostamos muito de jogar bola, e por isso, chamamos a garotada do bairro e montamos um time. Reuníamo-nos todos os sábados, à tarde, para jogar nosso futebol. De tempos em tempos jogávamos com os times de outros bairros. As vezes ganhávamos, as vezes perdíamos, mas não importava a vitória, o importante era que treinávamos nossas habilidades, gastávamos nossa energia e nos divertíamos um bocado.
          
          Um dia o pai do Eugênio, um rico negociante e político da cidade, resolveu fazer um campo, com toda a infra-estrutura, para que o Eugênio pudesse jogar bola. Mas fez uma exigência:

- Só deixo o seu time jogar no campo, se ele vencer todas as disputas de futebol da cidade. Para que isso ocorra, você só deve chamar para o seu time, os garotos que forem bons atacantes. Eles é que vão trazer os bons resultados para o time.

         Eugênio, fascinado com a possibilidade das vitórias e com as boas condições do campo, não pensou duas vezes e, a partir dali, cismou em só chamar para o seu time, jogadores que fossem bons atacantes. Seu pai tinha lhe pedido isso e ele, cegamente, resolveu obedecer. 
         
          Eu tentei alertá-lo para o fato de que nós não precisávamos aceitar aquela proposta. Poderíamos continuar com o time do jeito que era e que, modéstia a parte, era um time muito bom. Falei que só ter atacante no time, era algo muito restritivo e injusto com os garotos que eram nossos amigos. Que o mais importante era que a gente se complementava, na hora do jogo. Eu argumentava:

           - Eugênio, para que um time seja bom, são necessários jogadores de todas as posições. É necessário que exista o jogador que fica na defesa, o meio-campo, os laterais, o goleiro e, é claro, o atacante.

          Não adiantava, Eugênio era irredutível e exigiu a todos os jogadores que se esforçassem para serem bons atacantes, Senão ele não valorizaria e estariam fora do time. Ele falava:

- Meu pai disse que os jogadores que não são atacantes não merecem respeito, são burros. Não há lugar para eles no nosso time.
          
          Alguns desistiram e acharam que não valia a pena o esforço, outros se tornaram atacantes medíocres e desperdiçaram suas verdadeiras habilidades. Outros, ainda, criaram tanta aversão pelo Eugênio que, de tempos em tempos, apareciam no campo só para xingar a turma ou para estragar alguma coisa do lugar. O Eugênio passou a ter graves problemas com esse pessoal, que ele excluiu, e eu temia até pela sua integridade física.

          O Eugênio é o meu melhor amigo, e ele sempre foi legal comigo, mesmo assim, eu vou sair do time. Eu não me sinto bem ao ver as outras pessoas sendo menosprezadas. Para mim, todos tem algo com o que contribuir, independente de serem, ou não, bons atacantes e todos merecem uma chance de mostrar do que são capazes.

          Eu, como bom amigo que sou, vou continuar insistindo para que o Eugênio seja mais humano e aprenda a respeitar a qualidade de todos. Porque sei que, no fundo, ele não é má pessoa, ele apenas se deixou iludir pelas imposições de seu pai. Que só quer que o time vença para fazer propaganda das vitórias e usar isso na política, e não está nem aí para o time, para os outros garotos e muito menos para o Eugênio.

Espero, sinceramente, que o Eugênio caia em si e que nós possamos voltar a ser aquele time em que todos aprimoravam suas habilidades, se ajudavam e se divertiam um bocado.