Li no Zero Hora, de domingo (27 de março), uma matéria que me chamou atenção. A matéria se referia a uma estudante da Faculdade São Judas Tadeu, chamada Bruna Trindade Antunes. O texto é de Nilson Mariano e abaixo, eu reproduzo alguns trechos da reportagem:
Em 1990, aos sete anos, Bruna Trindade Antunes foi dispensada da primeira escola em que se matriculou, na rede particular. Encaminhada para exame médico e psicológico em uma universidade, atestaram que o seu "quociente intelectual não vai além de 67, o que configura um característico quadro de debilidade mental". Previram que demoraria para se alfabetizar. Ela aprendeu a ler e escrever na primeira série. Depois, avisaram que não iria longe nos estudos. Pois deverá se formar no curso de Pedagogia, em agosto, na Faculdades Integradas São Judas Tadeu, de Porto Alegre.
O Laudo não abateu Bruna e seus familiares. Levada a uma escola pública, foi acolhida pela professora Maria Júlia Canibal, que não se conformou com as conclusões sobre a deficiência. Notava que a aluna apresentava dificuldades motoras, principalmente ao se locomover, mas demonstrava uma vontade ferrenha de aprender. Segundo Maria Júlia "Toda criança é capaz de aprender, desde de que se ofereça a ela um ambiente adequado e amplas oportunidades de aprendizagens".
Aos 27 anos, Bruna está nos preparativos para se formar. Já encaminhou o trabalho de conclusão do curso de Pedagogia. O título do trabalho deverá ser: A relação família e escola no processo de inclusão educacional do aluno com deficiência física. O trabalho é baseado na sua experiência.
O pai da formanda, o comissário de Polícia Civil aposentado José Carlos Antunes, recordou que a família sofreu com os preconceitos. Disse que foi penoso ouvir que a filha tinha retardo mental e não acompanhava os demais alunos.
(Inclusão Educacional, Zero Hora, 27.03.2011, texto de Nilson Mariano)
Essa história de superação, de apoio familiar, de luta contra os preconceitos, me emociona! Sempre que sei de algum caso em que uma pessoa foi desacreditada, mas mesmo assim, não se deixou abater, se superou e foi mais longe, eu realmente fico muito feliz. Neste caso, o apoio da professora da Escola e da família foram fundamentais para que a Bruna continuasse progredindo. Vejam, então, a importância destes dois pilares sociais, na Educação de ser humano! Se a escola for boa, se ela estiver, realmente, interessada no desenvolvimento do ser humano, ela vai, consequentemente, fazer um bom trabalho e vai se capacitar para atender a qualquer aluno e ajudá-lo a progredir. Se os pais estiverem atentos e atuantes na educação de seus filhos eles estarão sempre prontos para ajudá-los a lidar com as dificuldades, tanto na escola quanto na sociedade. Sociedade, essa, que nem sempre é justa, e que muitas vezes, não sabe lidar com a grande diversidade de inteligências que existem e que em vez de incluir, exclui.